quinta-feira, 18 de setembro de 2014

É hora de "parir o rinoceronte"




Diane sou eu.
Neste momento, tendo que digerir os 516,8 mg/dL de Colesterol Total do meu exame de sangue da semana passada...
Como cheguei a isto? Boa pergunta.
Não sou boa em conversar sobre meus problemas, nem com família, nem com amigos, menos ainda com médicos. Mas escrever me ajuda a pensar, repensar, ressignificar, entender, enfim: DIGERIR ideias, frustrações, sentimentos, comportamentos...
A gordura dos outros não me incomoda. É deles. Está neles. Sem problema. Já a minha...
Há 1/3 da minha vida sou gorda. Não obesa mórbida. Mas gorda. Braços gordos que não cabem em camisas. Panturrilhas gordas que não cabem em botas. Corpo gordo que não cabe nos meus olhos. (Biquini? Ai, Meu Deus!!! Não dá para adiar o verão deste ano? Não? Droga!)
Sim, isso me incomoda. E quanto mais me incomoda, mais eu como. E mais gorda fico. (Acho que já comi até a preocupação...)
Quem afirma que pessoas são gordas apenas porque são preguiçosas, não imagina a complexidade de pensamentos e sentimentos que povoam a cabeça de um gordo. Na cabeça do gordo há uma montanha russa com trilhos feitos de culpa, tristeza, ansiedade, insatisfação, batata frita, pizza, sorvete, churrasco, queijos deliciosos, cerveja gelada, prociutto crudo, espagueti, lasagna, champagne, pães recém saídos do forno, culpa, tristeza, ansiedade, insatisfação, batata frita, pizza, sorvete, churrasco (e lá vamos nós de novo!)... O principal problema desta montanha russa é que ela emenda numa mistura de trem-fantasma e salão de espelhos deformantes de imagens.
Há gordos felizes com seus corpos. Respeito isto. Mas não é o meu caso.
Eu tenho me perguntado: o que aconteceu com Diane? O que a fez (e ainda faz) descontar na comida sua ansiedade, suas frustrações, suas alegrias, suas comemorações...? Por que ela não consegue lidar com sentimentos e emoções de um jeito menos "pesado"?
Ainda não tenho respostas claras. Tenho, por enquanto, apenas perguntas.
Me ver nas fotos dos 70 anos do meu pai, com a aparência de alguém "grávida de um rinoceronte" me chocou profundamente! :(
Descobri que a gordura, além de gorda, me deixa chata. E gorda e chata, ninguém merece. Nem eu.
Digerir Diane vai ser um processo lento. (Talvez em alguns momentos tendendo à indigestão... ) Mas um processo necessário. Do contrário isto ainda me mata: ou engasgada por emoções e sentimentos, ou por problemas decorrentes da alta taxa de gordura no sangue.
Então decidi que é hora de "parir o rinoceronte".
Por hora, esta Diane de 2014 me trouxe à seguinte situação: balança marcando 75 kg, tendo que tomar 1 comprimido de Plenance 10 Mg por dia, me ensaiando para voltar à academia (amanhã... quem sabe amanhã...), visitando a nutricionista uma vez por semana (para pesagem, ajuste na dieta e conversas) e tentado me adaptar à reeducação alimentar.
Quem disse que parto de rinoceronte é fácil e indolor?

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